A casa localizada no Lugar de Vinhó de Cima, era servida por acessos
irregulares e pedregosos, de difícil circulação pedonal e dos carros de bois, indispensáveis à época nos trabalhos agrícolas, diariamente percorridos pela Tia Belina na sua labuta diária nos campos.
A tia Belina era uma criatura de estatura baixa, sempre descalça e de avental, que morava com a sua filha Laurinda, pese embora tivesse mais duas filhas, Rosa e Rosalina, que tinham emigrado para o Brasil, na sua juventude à procura de melhor futuro.
Não há memória dessas filhas regressarem a Portugal, mas a Tia Belina e a filha Laurinda dedicavam-se humildemente à agricultura de subsistência, como era habitual para muitas famílias que viviam nas aldeias minhotas.
Talvez pelos anos setenta do século passado a tia Belina faleceu, deixando
como herdeiras as suas três filhas em partes indivisas, que passaram a ser as proprietárias da casa.
As duas irmãs continuaram no Brasil e mais tarde, já com idade madura, a
Laurinda casou-se com um viúvo chamado Custódio, ficando o casal a habitar na mesma casa.
O casamento da Laurinda e Custódio acabou prematuramente, com a morte da Laurinda, ficando o Custódio novamente viúvo, a habitar a casa, mantendo a sua vida rotineira no lugar de Vinhó de Cima.
Encontrando-se a propriedade indivisa, em partes iguais para as três filhas da Belina, decidiu o viúvo pôr a casa à venda, após concordância das duas herdeiras emigradas.
No início dos anos noventa do século passado, a casa foi adquirida pelos atuais proprietários, ficando o viúvo como usufrutuário da casa, uma vez que nela habitava.
O usufrutuário Custódio faleceu no final do ano 2004, passando a casa a
propriedade plena dos atuais proprietários, a necessitar de obras de
conservação, deixando assim de ser habitada.
Passados cerca de 14 anos, no ano 2018, a casa encontrava-se em ruína
quando surgiu o projeto para Turismo Rural – Casa de Campo, tendo-se
iniciado os trabalhos no final de 2019.
Terminada a obra em 2022, os proprietários em homenagem à “Tia Belina”,
pelas memórias que deixou, decidiram atribuir à casa de Turismo Rural o nome de “Casa da Belina”, sua pioneira.